Noite em Paquetá

Éramos cinco. Estávamos altos, envolvidos pela maresia do litoral de Paquetá. Relaxados e prontos a conhecer o fim da noite, era cedo, mas já tínhamos vivido muita coisa até ali - o tempo custa a passar naquela ilha. A vida fica mais apreciável. Chegamos no Nativa, seria nosso início do fim de noite. Eu já havia deixado de lado qualquer controle de hora, a última vez que olhei o relógio eram cravados 19h27, depois disso deixei o tempo correr, ou melhor, devagar, como é típico de lá.
Sentamos na rua, o frio pegou, passados 15 minutos, decidimos entrar pra esquentar na pista. Éramos cinco, havia mais umas seis pessoas. Corpos comuns dançavam até tocar um singelo forró, brilharam duas pérolas. Elas dançavam de rosto colado, um leve suor escorrendo pelo pescoço, seus vestidos coloriam o gingado de seus corpos. Elas sorriam para si, apaixonando, sem querer, toda e qualquer alma que ali estava presente, foi intenso e belo. Havia história e confidência entre elas, aquela sincronia não deixava enganar. Ali redescobri o significado de encanto. Estarreci, todo o redor não importava mais. Elas reluziam. Elas conquistavam. Elas. Somente elas. Houve eternidade. E nada mais importou naquela noite de Paquetá.

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